DATA: 16-02-2012
Ambientalista denuncia impactos da linha
férrea da Vale em bairros de Cariacica
Flavia Bernardes
Os
moradores dos bairros Sotema, Porto Santana, Aparecida, Retiro Saudoso,
Nova Canaã e Flexal, em Cariacica, agora convivem com mais um impacto
gerado pela ferrovia da Vale. A denúncia é do ambientalista Júnior
Miranda, morador da região, que foi surpreendido com a implantação de
uma “cortina” de ferro pela empresa, para dividir a ferrovia dos bairros
do entorno.
“Agora, além da poluição sonora, do
pó de minério, particulados e o impacto que a ferrovia gera no Parque
Natural Municipal do Rio Itanguá, temos que conviver com essa cortina de
ferro implantada por uma empresa que não realiza qualquer compensação
ambiental por seus danos, visto que é poluidora constante, devido ao
transporte de minério de ferro na região”, disse o ambientalista.
Com
quilômetros de extensão, a informação de Júnior Miranda é que a
divisória feita de trilhos usados atravessa toda a Grande Porto de
Santana: começa no bairro de Sotema, continua por Porto de Santana,
Aparecida, Retiro Saudoso, Nova Canaã, até chegar em Flexal. Além disso,
a divisória faz divisa com o Parque Natural Municipal do Rio Itanguá
que, segundo ele, está em avançado estado de degradação. O rio está
praticamente morto e a linha férrea atravessa no meio a área do
manguezal, impedindo que a água do mar alcance as regiões de estuário.
“Fazer
as caminhadas diárias se tornou algo triste, temos a sensação de
estarmos presos pelas barras de ferro. Além disso, não há recuperação
das áreas degradadas por parte da Vale, nem por parte do poder público”.
A
Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), como é batizada pela Vale, foi
criada em 1904 no Brasil e é, segundo a mineradora, uma das mais
produtivas do País, ligando as minas do Sistema Sudeste ao Complexo
Portuário de Tubarão, em Vitória. Está integrada à Ferrovia
Centro-Atlântica e, ao todo, possui 905 km de extensão e transporta
cerca de 40% da carga ferroviária brasileira.
São,
em média, 70 cargueiros circulando por dia e mais de 135 milhões de
toneladas de carga transportadas por ano. Desse total, 80% são formados
de minério de ferro e o restante por mais de 60 diferentes tipos de
produto (de carvão a produtos agrícolas).
Júnior Miranda, nascido em Vitória/ES, 48 anos de idade, Técnico em Meio
Ambiente pela EEEFM-Itagiba Escobar, Paisagista pelo Institutu Gustaff
Winters-Holambra/SP, Patologia Clínica pelo Colegio Nacional,
Historiador popular, Ambientalista. Atualmente faz parte da Delegação do
IEMA/ES, Programa de ação de Combate á desertificação e Mitigação dos
Efeitos da Seca no Espírito Santo, PAES/ PAN-Brasil.
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